Último dia da Semana…

agosto 10, 2008 by

Mesmo antes de engravidar, para mim duas coisas pareciam bastante óbvias e naturais: o parto normal era o melhor para mãe e bebê e a amamentação exclusiva era o melhor também para ambos. Só ao longo da gravidez é que eu fui entendendo que nenhuma das duas coisas eram tão óbvias assim hoje em dia.

A minha irmã tinha tido problemas no início da amamentação da minha sobrinha: seios rachados, pega incorreta. Lembro-me dela amamentar chorando de dor. Ela teve apoio, do projeto Casulo, lá em São José dos Campos, e amamentou a Juju até mais de um ano.

Como eu tinha medo das rachaduras, eu me preocupei com o que eu achava que era necessário para a preparação do seio: bucha vegetal, sol de vez em quando etc.

Por sorte, eu tive um parto normal e o Rodrigo veio mamar em seguida. Ele não pareceu se interessar muito, só ficava dando umas lambidinhas curiosas e me olhando com aqueles olhões que ele tem…

Optamos por alojamento conjunto, mas mesmo assim o Rodrigo – que nasceu às 10h da noite – só voltou pro quarto no outro dia, por volta das 6h da manhã. Todas as vezes que ele chorava, eu o pegava no colo e oferecia o peito. Mas como o meu seio é super plano, ele não encontrava o bico e ficava reclamando. Ou então, se uma enfermeira me ajudava a fazer uma “prega” para facilitar a pega, ele mamava um bocadinho e logo dormia de novo…

Na sexta-feira teve uma coisa engraçada, porque eu estava meio grogue de sono, cansaço e provavelmente da anestesia e entrou um pediatra novinho para me avisar que estava tudo bem com o Rodrigo e que ele tinha deixado uma receita de Nan caso fosse necessário. Eu não lembro direito do que respondi, mas acho que fui muito irônica porque ele ficou bem sem jeito, disse que era só por precaução e saiu rapidinho…

O Rô nasceu na quinta e o meu leite desceu com tudo mesmo no sábado à noite. Aliás, um show de horror esse sábado. A gente inventou de dar as primeiras vacinas ainda na maternidade e o Rê ficou febril da reação (que eles garantiram que não ia acontecer). Aí, os meus seios duros de leite, doendo muito, e o Rô não conseguia mamar…No meio de tudo isso, entra uma enfermeira me dizendo que o Rodrigo está febril porque eu fechei as janelas e o quarto estava abafado, e que ela vai levá-lo pro berçário para dar Nan senão ele vai desidratar! Nem é difícil imaginar o que aconteceu, né? Chorei um tempão, super preocupada e super chateada, vendo ele tomando Nan no copinho enquanto eu fazia compressas geladas para melhorar a dor no seio. Que raiva!

No outro dia, antes de eu sair do hospital, as enfermeiras me recomendaram comprar um intermediário de silicone, para facilitar a pega. Com medo de ver a amamentação ir por água abaixo, foi o que fiz. O Rodrigo parecia pegar melhor mesmo e eu via a boquinha dele cheia de leite.

Aí, primeira visita à pediatra e o menino tinha ganhado pouco peso. Mas a pediatra disse que tudo bem, que era normal, que eu não deveria me preocupar. Ela viu o Rô mamando, achou que a pega estava boa e tudo bem.

Só que o Rodrigo chorava muuuito, de dia e de noite. E quando mamava, ficava 40 minutos em cada peito.

Segunda visita à pediatra e ele continuava engordando pouco. Ainda bem que ela era tranquila, e me disse para não desistir, ficar tranquila, beber água e me livrar do intermediário. E aí entra um apoio fundamental: minha mãe, que tinha vindo passar uma semana comigo e com toda a paciência do mundo com minhas inseguranças e hormônios-descontrol me ajudou a acertar a pega. Resultado? Rodrigo passou a mamar em no máximo vinte minutos, dormia muito e começou a engordar num ritmo absurdo…

Esse foi o primeiro desafio. Depois vieram outros, como as crises com os períodos em que aumentava muito a demanda dele – porque ele estava em crise de crescimento, porque a rotina tinha mudado, porque ele me queria por perto… Algumas vezes eu quase desisti. E aí entra outro apoio fundamental, que foi a lista Materna. Na lista, encontrei principalmente “escuta” e respostas que me ajudavam a compreender melhor o que estava acontecendo, a pôr em perspectiva o momento de crise em relação a todo o processo de amamentação, enfim, a reencontrar tranquilidade para segurar a onda e decidir com mais informações.

Não tenho dúvidas de que esses apoios foram essenciais, tanto no início quanto depois, para possibilitar uma experiência tranquila de amamamentação. Hoje o Rodrigo está com 2 anos e 9 meses, e ainda mama de vez em quando.

6º dia de SMAM

agosto 6, 2008 by


Quando eu estava grávida, nunca pensei em preparação para amamentação ou em dificuldades. Eu nem pensei que existia a possibilidade de ter dificuldades porque para mim amamentar sempre foi um desejo e uma coisa natural. Nunca cogitei não amamentar. Aliás, a hipótese de não amamentar nunca passou perto de mim. Nem procurar informações sobre o assunto eu procurei. Na minha cabeça era: coloca o bebê no peito e pronto! Simples assim.

Quando o Gabriel nasceu, eu sofri uma cirurgia de emergência e fiquei uns 2 dias na UTI. Por conta disso de uma complicação no meu parto, ele não pode mamar na primeira hora. Bem, também era desejo meu que ele mamasse na sala de parto, mesmo só descobrindo sua importância real muito tempo depois. Enquanto fiquei na UTI, meu filho foi alimentando com complemento. Não sei por qual razão, apesar de eu estar me recuperando e consciente na UTI, ninguém nunca cogitou que eu tirasse leite pra ele e eu era meio “mãezinha” na época, nem pensei nisso. Ninguém pode imaginar a culpa que sinto por conta disso.

Enfim, continuando…logo que fui para o quarto ele grudou de cara no meu peito e ficou horas. Deve ter ficado 1h em cada um. Tudo lindo, tudo perfeito. Quando fui pra casa, no 8º dia meu leite desceu. Aí sim que eu, na minha inexperiência, percebi que o tempo todo ele estava “só” no colostro, apesar de não ter chorado em momento nenhum. Por isso, deduzo que fome ele não passou. O leite desceu com toda a força. Meus peitos pareciam que iam explodir de tão enormes e duros. Fiquei com febre 2 dias. Eu parecia um esguicho e ele não dava conta de mamar, nunca esvaziava nenhum deles, felizmente. O “inconveniente”, se é que se pode aplicar esta palavra feia, era que eu vivia com as roupas cheias de fraldas dentro. Eu ia tomar banho e não conseguir nem me secar de tanto leite que pingava. Uma benção! De noite, as fraldas não davam conta e várias vezes eu tive que trocar de roupa e trocar toda a cama, pois levantava ensopada de leite.

Nunca coloquei relógio nas mamadas, pois já tinha aprendido, pelo menos, sobre livre demanda. No começo ele ficava geralmente meia hora (chutando) em cada peito. Depois de 1h ele começava tudo de novo. Eu não fazia praticamente nada além de amamentar. Passava as madrugadas no sofá vendo séries repetidas com ele no peito ou no carrinho ao lado. Dormi várias vezes sentada com ele no peito.

Na segunda semana meus peitos estavam todos esfolados e cortados pois ele estava com a pega errada (o lábio inferior não estava pra fora – peixinho). Gabriel mamava leite, sangue e lágrimas. Cada hora que fazia “nhé” pra mamar, eu começava a chorar. Ainda assim, em nenhum momento pensei em desistir. Foi quando a Ana Cris, minha doula, foi me ver em casa e ajudou com a pega além de recomendar o uso de conchas pra ajudar a cicatrizar. Comprei no mesmo dia! Outra benção! Com as conchas, a roupa não ficava encostando e ferindo mais os mamilos. Não passei pomada nenhuma. Só com as conchas e a correção da pega, em uma semana mais eu comecei a conhecer o paraíso do leite.

Eu achava que o pior tinha passado. Fisicamente tinha mesmo. Psicologicamente eu ainda tinha um longo chão pela frente, já que ele mamou até 2 anos completos.

Antes de voltar a trabalhar, eu não pude estocar leite, mesmo tendo muito, pois eu não tinha freezer em casa na época. Durante minha licença maternidade eu doei leite para a Maternidade Interlagos que ia retirar o leite em casa. Como eu não tinha freezer, eu guardava no congelador e eles iam buscar a cada 2 dias. Eu ligava e eles iam bucar. Super prático! Levavam o leite e traziam novos frascos esterelizados, prontinhos.

Quando voltei a trabalhar não tinha estoque de leite. Comprei uma bomba manual e ordenhava no trabalho. O Gabriel estava com 5 meses e meio na época. Eu fazia 3 ordenhas por dia e cada uma rendia entre 200-300ml. Meus peitos continuam explodindo mas eu não tinha tempo de ordenhar mais vezes. Chorei de dor trabalhando algumas vezes. Não conseguia levantar os braços. Fiquei com medo do leite ordenhado ser insuficiente pra ele e, num grito de socorro, entrei com contato com as amigas do peito no Rio de Janeiro, pedindo soluções pois tinha pavor só de pensar em complemento. A salvação veio da resposta simples e óbvia: se faltar leite, já pode coplementar com suco mas não dê fórmula. Como eu não tinha pensado nisso? Claro! Que simples! Só faltavam 2 semanas pra ele completar 6 meses. Assim foi e logo ele começou a ingerir frutas e papinhas progressivamente.

Ordenhei até ele completar 1 ano e, admito, cansei. Além do que no trabalho já não tinha mais tempo para as 3 ordenhas e a produção já tinha caído bastante também. Na verdade, tinha se regularizado de acordo com a demanda.Como ele comia bem, achei que seria desnecessário ordenhar. O Gabriel continuava mamando muito de madrugada, mas nas madrugadas que ele não acordava, ou acordava menos, eu levantava pra ordenhar e aproveitar o pico da prolactina para estimular a produção. Não era tarefa fácil mas, para mim, a única aceitável. Nunca faltou leite, nem quando eu parei de ordenhar, pois ele continuava mamando de manhã e à noite.

O Gabriel era um bebê grande e com menos de um ano as pessoas já começaram a me olhar com cara de espanto por ele “ainda” mamar. Aliás, o termo “ainda mama?” é bem conhecido por qualquer mamífera assumida. Nessa fase procurei um grupo de apoio e encontrei o ACA – Amamentando com Amor (lista de discussão). Esse foi um marco fundamental para o meu sucesso, além das palavras de apoio e incentivo da Analy, que sempre me inspirou e a quem eu carinhosamente apelidei de “fada madrinha da amamentação”. Ainda tenho muito a dizer sobre o preconceito e como consegui levar essa batalha até onde eu quis (2 anos completos) mas, para encurtar a história que já está enorme, vou atribuir o sucesso da nossa jornada de amamentação ao apoio dessas pessoas. Obrigada Analy, obrigada Mirka, obrigada ACA e obrigada Amigas do Peito. Sem vocês provavelmente eu não teria conseguido.

Eu volto para falar do preconceito na nossa fase de 1 a 2 anos.

Parabéns Matrice pelo trabalho!

5 º dia de SMAM

agosto 5, 2008 by


 

Sophia e eu nos encontramos ao ar livre pela primeira vez às 10 horas de uma manhã fria e chuvosa de agosto, em 2003. Os fatos que antecederam aquele momento não foram nada parecidos com os desejos acalentados durante toda a doce espera, já que passei por toda uma seqüência de intervenções impostas que resultaram numa cesárea malvinda. Minha bebê Sophia me foi mostrada por uns dois segundos, que foram suficientes para que ela calasse seu choro sentido e trocasse comigo um profundo olhar… seu cheiro ficou impregnado em minhas narinas dali para sempre. Nós só nos encontraríamos de novo doze horas depois, graças a uma intensa batalha para driblar os protocolos da instituição, que me negou qualquer contato com minha filha enquanto não me transferia para um leito vago!

Enfim, o momento esperado havia chegado. Ficaríamos dali para frente em alojamento conjunto, embora fôssemos quatro mulheres internadas naquela enfermaria e o espaço fosse muito pequeno para os berços. E, frustação sobre frustração, minha filha parecia absolutamente desinteressada em meu peito, chorava desconsolada. A auxiliar de enfermagem que a trouxe saiu da enfermaria com um olhar de reprovação, dizendo que voltaria depois para ver como estávamos nos entendendo. Algum tempo depois voltou e afirmou que eu não estava tentando o bastante! Ai, eu estava aberta ao meio, de corpo e alma, e ainda levava bronca… Estava também preocupada de atrapalhar o sono das companheiras de quarto, já era bem tarde. Acho que a auxiliar percebeu meu desconforto, e finalmente se compadeceu: “olha, descansa um pouco, vou levar o nenê para uma voltinha, daqui a pouco trago de volta”. Como ela demorava, resolvi ir atrás e… encontrei-a dando NAN para Sophia! Com muito jeito – eu tinha receio de me tratarem mal – disse a ela que isso não ia ajudar em nada o bebê, e levei-a de volta para o berço. Não é preciso dizer que a menina adormeceu profundamente, só acordando no início da manhã.

Aí, o “milagre” aconteceu. Entrou no quarto uma auxiliar com uma carinha de tia da gente, da família. Me perguntou como estava o aleitamento e eu chorei, contando tudo o que havia acontecido. Ela me confortou, e disse que isso não era nada, que minhas mamas eram lindas, estavam cheias de leite e tudo ia dar certo. Falava e olhava nos meus olhos como se me conhecesse de muito tempo. E aí disse uma coisa maravilhosa: “sua filha só precisa saber que VOCÊ é o conforto de todos os males dela, e eu vou te ajudar… põe um pezinho para fora do macacão, que eu vou bancar a bruxa feia”. Para minha surpresa, ela encostou uma gaze úmida na sola do pezinho, enquanto eu posicionava o bebê. Confesso que tive dó, mas o choro cessou imediatamente quando ela percebeu o peito próximo, abocanhou com tudo e certinho, mamando gostosa e longamente, de olhinhos virados. A moça me disse: “não se preocupe, nunca mais precisamos fazer uma maldade dessas com ela de novo, tadinha, agora ela sabe que pode contar com você, e que você é tudo de que ela precisa”.

Saímos do hospital no dia seguinte. Tive apenas uma leve escoriação num dos bicos, que rapidamente cicatrizou e descamou. Descobri muito rápido que sabia tudo de amamentar, bastava me deixar levar pelas necessidades que tínhamos de estar juntas, eu e minha filha. Amamentar com gosto e muito prazer foi o melhor dos remédios para a tristeza que tinha sentido pela cesárea indesejada, foi a melhor das curas. Ali percebi minha autonomia, minha capacidade de gerar vida, e retomei o protagonismo que havia perdido no momento do parto.

Quando levei minha filha ao pediatra, 40 dias depois (sim, demorei, não queria nenhuma interferência e estava completamente auto-confiante!), fiquei super-orgulhosa ao ver que ela havia ganho 2 quilos! Não pude manter no exclusivo por causa da volta ao trabalho, mas escolhi não introduzir nenhum outro leite, apenas outros alimentos. Levantava às 4 da manhã e ordenhava meu leite para congelar. Na creche, ensinei as cuidadoras a descongelar e oferecer, e conseguimos manter essa rotina até que ela completasse 10 meses.

Foi uma doce interpendência que se desenvolveu ao longo de 1 ano e meio, até que um dia a danadinha me disse que não queria mais meu peito. Fiquei bem órfã, mas também percebi que minha mocinha estava agora exercendo sua autonomia e suas escolhas.

Ela vai completar 5 anos durante a SMAN, e conheço poucas crianças tão expressivas em seus próprios sentimentos e tão confiante em si mesma. Outro dia, tomando banho juntas, ela acariciou minha cicatriz e disse: “tadinha da mamãe, não vou deixar nenhum médico cortar sua barriga mais, tá?”

Débora mãe da Sophia

4º dia de SMAM

agosto 4, 2008 by


Minha História de Amamentação

 Quando a Anna Elisa nasceu, eu queria chegar nos seis meses de amamentação. Era o meu objetivo, qualquer coisa além disso seria lucro. E apesar de ainda saber que aqueles seis meses exclusivos eram super importantes, hoje sei que nossa relação de amamentação vai muito além. Com minha primeira filha, Emily, nasceu, eu queria amamentar, mas não tive nenhum apoio para isso. Depois de passar por uma cesárea, voltei a trabalhar após 18 dias. Ela ia comigo, mas todos tinham palpites, e o ritmo da minha vida, sozinha, fez com que eu desistisse muito facilmente. Introduzi leite artificial em algumas mamadas, nem passava pela minha cabeça que poderia tirar leite e deixar para ela. E quando a médica mandou tomar um remédio para uma infecção, mas que teria que parar de amamentar, parei. Simples assim, quando ela tinha 3 meses. Me arrependi muito e senti falta depois, mas era tarde demais. Depois, adotamos os gêmeos, mas com 9 meses imaginei que não mamariam mais, então nem tentei. E aí veio a Anna Elisa. E eu queria que tudo fosse diferente. Um parto normal, amamentar até os seis meses, consegui estas coisas. Mas só porque tive muito apoio.

Desde o nascimento, a Elisa ganhava peso muito lentamente. Chegamos a voltar uma vez na pediatra que havia acompanhado os outros filhos, e ela já falava em pesagens semanais e introdução de complemento de leite artificial. Não pensei duas vezes, e não voltamos mais. Ficamos com o pediatra que acompanhou o parto. E ele sempre levou com muita calma esta questão dela ganhar pouco, ser sempre magrinha, mesmo ao prolongarmos a amamentação exclusiva até os nove meses. Pois apesar disso, estava ativa e esperta. Mas outra coisa fundamental, e que mudou minha visão de amamentar para sempre, foram as reuniões da Matrice a cada sexta-feira. Nem me lembro extamente quando comecei a ir, apenas que era quando a Elisa era bem pequena ainda. E através das outras mães, dos relatos, do apoio para desencanar quanto ao peso, meu objetivo mudou. Passou a ser um objetivo de que ela mamasse exclusivamente até os seis meses pelo menos, mas que continuasse mamando por MUITO tempo ainda. Hoje ela tem 1 ano e 2 meses, e espero que ainda nem tenhamos chegado à metade do caminho. Antes, falar de criança de 3 anos mamando era algo que eu achava muito estranho, hoje vejo como algo totalmente natural bem além disso.

Mas as reuniões tiveram também outro efeito muito bom: mal me lembro de problemas. Sei que tive coisinhas… tive algumas vezes umas inflamações que eu fiquei sem dar um peito por um dia e tinha que mudar de posição até achar um jeitinho certinho pra não doer. A Elisa me deu umas mordidas que machucaram na época (isso é outra coisa: sempre tive medo de amamentar uma vez que a Elisa tivesse dentes, mas não é uma coisa tão difícil, dá pra conversar e resolver). Mas tudo isso era pouco em comparação ao prazer de amamentar. Minha família, tipicamente americana, acha que a amamentação é estranha, e que a Elisa já passou da idade, etc. Agora não ligo tanto, mas antigamente eu ficava meio sem saber o que falar, como agir. Apesar de não concordarem, respeitam na maior parte do tempo, e respeitaram a amamentação exclusiva.

Fora as dificuldades de peso, há ainda mais uma historinha nossa: um dos meus gêmeos, o Lucas, que tinha 1 ano e 7 meses quando a Elisa nasceu, depois de um tempo, começou a pedir pra mamar. Ás vezes dois, três dias seguidos, às vezes mais de uma vez no dia, às vezes com intervalos de duas semanas ou mais. Mas ele, no ritmo dele, ainda mama.

Heather mãe da Emily, Lucas, Logan e da Elisa

3º dia da SMAM!!

agosto 3, 2008 by


O Começo é difícil, mas Compensa!!

Durante a minha gravidez eu tinha certeza que o parto seria exatamente como eu queria, e não tinha medo nenhum da hora do parto. A única coisa que eu tinha medo era da dor que eu iria sentir ao amamentar. Isso porque todas as mães com quem eu falava me diziam que doía muito, que era uma tortura e que demorava para ficar bom. Para mim não amamentar estava fora de cogitação, então eu já pensava que teria que encarar a dor mesmo.

Logo que a Beatriz nasceu colocamos ela para mamar, só que ela não quis, pegou pouquinho e soltou. Ela dormiu e quando acordou novamente veio mamar. Não me lembro de ter sentido dor dela mamando, só que eu sentia muitas pontadas no seio todo. Como eu fiz cirurgia [de redução] eu morria de medo de não conseguir amamentar. Graças a Deus estava tudo indo bem, e em três dias o meu leite já tinha descido. Os seios ficaram MUITO cheios e enormes, pesavam e doíam tanto que eu não conseguia levantar os braços. Nos primeiros dias tinha que ordenhar um pouco para poder tirar o excesso de leite. A dúvida era quanto ordenhar, porque se eu tirasse demais, produziria mais, e de menos continuaria doendo. Me falaram para tirar só o suficiente para diminuir a dor. Eu sentia alguns dutos inchados e fazia massagem para poder tirar o excesso de leite que estava neles.

No terceiro (ou quarto) dia a Ana Cris veio me ver, viu que a pega estava correta e que o leite já tinha descido e estava tudo certinho. Apesar de estar tudo correto eu ainda tive muita dor nos seios durante uns dois meses. Algumas pessoas que conversei achavam que poderia ser por conta da cirurgia. O que acontecia era uma pontada fortíssima nos primeiros minutos que a Beatriz puxava o leite, depois passava e o resto da mamada era tranqüila.

Eu não acho que tive dificuldades com a amamentação, meus mamilos não ficaram machucados (apesar de as vezes ficarem doloridos) e as pontadas eram só no início da mamada. Como eu tive contato com várias outras mães e pessoas para ajudar e verificar se estava tudo correndo bem e dar dicas de como melhorar, acho que tudo foi bastante tranqüilo.

Amamentei a Beatriz exclusivo até os 11 meses (por opção e com base em diversas coisas que li) e agora começamos a introduzir os alimentos, só que ela não come tanto e por uns dias fiquei preocupada que ela perderia peso, aí encontrei com as meninas da Matrice e elas me trouxeram de volta à realidade e me lembraram que o meu leite é suficiente para a Beatriz! Ela continua mamando super-bem e eu amo amamentá-la. A noite só consigo dormir se ela estiver mamando!

 

Luana Arnhold, mamãe da Beatriz Thayla, nascida em 21/07/07 num lindo parto domiciliar

2º dia da SMAM

agosto 2, 2008 by

 

Sou mãe de duas lindas menininhas, gêmeas nascidas de um parto normal cheio de poréns, bem diferente do nascimento imaginado e idealizado para elas durante a gravidez.

 

Ainda assim, o momento em que minhas pimentas vieram para o meu colo e, com suas boquinhas pequeninas e famintas, abocanharam meus seios, uma de cada lado, todo o resto parecia ter desaparecido. Nós estávamos ali, nós nos bastávamos, e ainda que o resto do mundo desaparecesse, nós daríamos conta, porque tínhamos uma à outra, e isso era tudo o que precisávamos. Essa sensação é poderosa, e até hoje sua lembrança me toca e emociona.

 

Mas não, não foi tudo um mar de rosas. Logo vieram as dificuldades. A Estrela, minha pimenta-caçula, tinha dificuldades com a pega, irritava-se ao perder o bico, e quanto mais irritada ficava, mais dificuldade tinha. Fazê-la mamar por míseros cinco minutos era uma verdadeira luta. Mas eu insistia, muitas vezes chorando de dor pelos mamilos fissurados, ou de cansaço pelas noites mal (ou nem isso) dormidas.

 

Com uma semana de vida das meninas, a sentença impiedosa do pediatra: “você nunca vai ter leite suficiente para as duas, elas não vão ganhar peso, pode desistir!!”. Eu, que esperava um ombro amigo para chorar as dificuldades, palavras de incentivo e orientação para superar os problemas, saí do consultório com uma receita de leite em pó debaixo do braço.

 

Mas se tem uma coisa que é verdadeiramente imbatível, é a minha teimosia. Consegue ser maior que a desinformação do pediatra, que a falta de apoio e de orientação adequada, que a ignorância generalizada sobre a amamentação, seu significado e importância. Eu me recusava a acreditar que a natureza fosse incoerente a ponto de dar a uma mulher o dom de parir dois bebês ao mesmo tempo sem dar-lhe também a capacidade da alimentá-los sem a ajuda de um complemento artificial. Afinal, não se paria gêmeos antes da invenção do leite em pó??

 

Em casa, a rotina era exaustiva: Ana Luz acordava, eu dava de mamar, tirava leite para armazenar, Estrela acordava, eu ficava o tempo que fosse necessário – e não era pouco – para acalmar, conversar, orientar, aconchegar, tentar fazer com que se sentisse tranqüila e segura para mamar sem irritação e ansiedade, depois da mamada no peito às vezes dava uma mamadeira de LM, ela dormia e eu ia ordenhar mais para a mamadeira seguinte, Ana Luz acordava e eu começava tudo de novo.

 

Apesar da ansiedade geral, compreensível e esperada, as pessoas queridas à minha volta tiveram sensibilidade suficiente para perceber o quanto a amamentação era importante para mim, e se esforçaram ao máximo para colaborar e ajudar no que pudessem. Não foram raras as vezes em que, amamentando uma em um seio, meu marido, minha mãe ou a enfermeira que nos ajudou nas noites do primeiro mês vinham com uma xicrinha de café recolher o leite que pingava do peito não mamado. Eu também tinha sempre um ombro para chorar nos momentos em que achava que não ia conseguir e estava a ponto de desistir, e isso fazia toda a diferença.

 

Apesar disso, eu costumo dizer que se consegui manter a amamentação, e se quando as meninas completaram um mês pudemos aposentar definitivamente as mamadeiras e abandonar o hábito de ordenhar LM após cada mamada, foi porque entre milhares de outras coisas, eu sou uma pessoa extremamente cabeça-dura. Quando coloco alguma coisa na cabeça, ninguém tira. Isso, pro bem e pro mal. Nesse caso, foi pro bem.

 

Digo isso, porque quando olho para trás me dou conta que a força maior para persistir na amamentação não veio de fora, mas de dentro. Era meu instinto materno que falava mais alto, um sentimento que não se explica, uma vozinha que brotava no mais fundo do peito e me repetia que meu corpo era perfeito, e que minhas filhas não precisavam de nada mais além da minha força para acreditar, seguir em frente e não desistir.

 

Hoje, minhas pimentas têm 3 anos. Mamaram exclusivamente até o sexto mês, e mamam até hoje. Ao longo do tempo, foram espaçando naturalmente as mamadas, num movimento sutil, natural e absolutamente tranqüilo. Acredito que caminham para um desmame natural e sem traumas, o que me deixa muito feliz, porque a amamentação foi desde sempre um laço muito forte e especial entre nós, e nunca me agradou a idéia de cortar esse laço de forma brusca ou traumática para qualquer um dos lados.

 

Quando olho para nossa estória de amamentação, penso que minhas pequenas me ensinaram muito. A não desistir do que é importante, a confiar em mim, a acreditar que para superar as dificuldades não preciso de mais nada a não ser minha própria força de vontade. Elas me ensinaram que doar-se nem sempre é fácil, mas vale a pena. Com elas aprendi que as coisas mais importantes da vida exigem esforço, dedicação, mas acima de tudo, uma dose extra de delicadeza e amor. E que quando se faz o que se acredita de coração aberto, de um jeito de outro, as coisas se ajeitam.

 

A amamentação foi importante para as minhas filhas, sem dúvida. Mas foi mais importante ainda para mim. Porque me fez crescer, amadurecer, melhorar. Amamentar, para mim, foi muito mais do que dar o peito, dar o leite. Foi dar o melhor de mim, sem restrições. Um melhor que eu nem mesmo sabia que tinha. Mas que foi sendo descoberto, poeticamente, a cada mamada, a cada mãozinha me segurando o seio, a cada olharzinho repleto de ternura e pureza entre uma sugada e outra, a cada sorrisinho maroto escorrendo leite pelo canto dos lábios.

 

Eu lhes dei o leite. Elas me deram a vida!!!

 

Renata Penna, mãe de Ana Luz e Estrela

É HOJE!!!

agosto 1, 2008 by


Caetano chegou junto com a primavera de 2007, 5h15 do dia 22 de setembro. O parto fora exaustivo e o sonho da amamentação nos primeiros momentos não se concretizou. Eu e meu gigantinho estávamos exaustos, com poucas forças e precisamos nos recompor para iniciar nossa relação de amor através do leite.

Mas não tardou tanto assim. Por volta de uma hora depois nos reencontramos, Caetano instintivamente abocanhou meu seio e ficamos ali, maravilhados com aquele contato. Tanto que nem notei que em certo momento ele largou o bico e passou a mamar na auréola esquerda, deslize imediatamente corrigido pelas parteiras da Casa de Parto que acompanhavam este momento com o intuito de auxiliar e incentivar o ato de amamentar.

Durante aquele sábado, amamentar foi uma delícia. Domingo percebi que ele era mais guloso que os outros bebês que nasciam naqueles momentos na Casa. Pedia muito o peito, tinha uma necessidade imensa de sugar e dormia muito pouco.

Por conta do peso de nascimento de Caetano, 4270k, ficamos por 3 dias na Casa de Parto quando o normal seria 24h. E foi na última noite que passamos lá, de segunda para terça-feira que a amamentação começou a ficar difícil.

Após o nascimento de uma menina, por volta da 1h da manhã, Caetano se agitou. Amamentava, mas não o acalmava. Uma das enfermeiras foi um pouco grossa ao entrar nervosa e dizer – mesmo depois de eu ter passado 2hs amamentando – que não ia falar mais uma vez o que eu tinha que fazer. Assustada, deitei com Caetano e amamentei em posições horríveis por 4 horas sem parar.

Ao amanhecer percebi que um dos meus bicos, o esquerdo, estava praticamente pendurado e o direito ‘apenas’ fissurado. Amamentar perdeu um pouco o brilho e ganhou muita dor e dificuldade.

Na tarde do mesmo dia já estava em casa (ufa!) e achei melhor tentar o famoso bico de silicone. Fomos eu e minha mãe numa farmácia e compramos. Não funcionou. A dor continuava com a presença do bico e Caetano ficava muito nervoso com aquele corpo estranho entre nós. Sem contar que os restos dos ferimentos grudavam no silicone e mesmo fervendo eu encontrava vestígios de sujeira, simplesmente nojento. Tentei por 2 dias e desisti.

Na quinta-feira decidi ordenhar e oferecer meu leite na colherinha para Caetano que aceitou. Assim, o bico descansou e eu combinei este descanso com a aplicação da casca de banana por 15 minutos e luz direta. No domingo o prazer da amamentação já estava conosco novamente.

Neste meio tempo o maluco do pediatra que se dizia a favor da amamentação preparou uma receita ridícula de NAN, alegando que Caetano deveria estar ganhando 30 grs por dia e que isto não estava acontecendo pois, apesar de eu ter um boa oferta de leite ele não conseguia ingerir o necessário. Dei um ponto final na nossa história com este médico louco, marquei com um homeopata e, no tempo em que esperava a consulta com este novo médico contei com o apoio das meninas da Matrice e tudo correu bem. Caetano nunca conheceu o tal NAN.

O prazer em amamentar aumentava gradualmente. Lembro que no ínicio amamentava de frente para um relógio, contando quanto tempo durava cada mamada. Não que em determinado momento eu tirasse Caetano do peito por decidir que já estava bom, aliás nem sei dizer porque, mas achava essencial olhar o relógio enquanto amamentava.

No segundo mês tive uma mastite (a primeira). Tive tanto medo de ter que parar de amamentar. Escrevi na lista da Materna e a Flávia Gontijo disse que eu poderia ligar para ela. Era madrugada, liguei e foi fundamental. Passei o resto da noite/madrugada aliviada, oferecendo muito o peito afetado para o Caetano. Acordei bem melhor e segui as outras dicas da Flá (água quente, dança africana, ordenha) e da Analy, que também me escreveu indicando os possíveis motivos da mastite. Foi após este episódio que aposentei o relógio e comecei a olhar mais para o Caetano durante as mamadas. Tentava olhar para cada poro do meu bebê, amamentava e contemplava!

Voltei ao trabalho quando Caetano tinha praticamente 6 meses com uma hora para amamentá-lo. Detalhe: sou educadora e Caetano está frequentando o berçário da Creche em que trabalho. Daí que não sofremos nenhum grande trauma neste período. Cheguei a estocar leite, mas não foi necessário pois amamentei no meio do expediente até que ele completou nove meses.

Tive uma outra mastite – esta bem mais traumática – durante o mês de junho. Dor, calafrios, febre local. Não parei de amamentar ainda assim e foi amamentando que a inflamação drenou. Alívio. Mais uma vez a parceria Elly&Caetano mostrava sua força.
Comecei a introdução de alimentos aos seis meses, mas ele não é grande fã de alimentos sólidos, come quando dá na telha. Agora começou a comer na Creche. Chora, mas come, dizem as professoras. Tem 9 meses, quase 10. Mama bastante durante a noite e isso não me incomoda. Percebo que muita gente tem necessidade de desmamar os bebês das mamadas noturnas e é algo que nem me passa pela cabeça.

Não serei hipócrita de dizer que amamentar é só flores, mas preciso dizer que é bom demais!

Elly, mãe do Caetano

Falta um dia apenas!!!!!

julho 31, 2008 by

Gabriel nasceu prematuro, de 33 semanas. Nasceu muito bem de saúde, quem teve problemas fui eu. Começou tomando Nan em sonda e depois no copinho durante sua internação na semi-intensiva, pois eu estava na UTI e não podia amamentá-lo. Logo que tive alta, foi prescrita a ele a amamentação não nutritiva para aprender a sugar e quando ele mesmo teve alta, 15 dias depois, estava no aleitamento materno exclusivo! Nossa primeira vitória!

Mas foi em casa que as coisas começaram a não sair como programado!

Do primeiro para o segundo mês meus mamilos estavam doendo muito. Mas todos falavam “é assim mesmo, logo pára de doer…

Só que Gabriel não tinha uma boa pega (hoje eu sei disso) e continuei com a amamentação exclusiva que para mim, não era um prazer como tantas falavam! Do segundo para o terceiro mês passei umas das fases mais difíceis da minha vida. Sentia muita dor pra amamentar o Gabriel e toda vez que ele chorava de fome, eu chorava porque já sabia a dor que eu ia sentir!

Ele mamava de 2h em 2h e gostava de dormir no peito, e muitas vezes ficava meia-hora, 40, até 50 minutos sem largar o peito e eu achava que tinha que deixar, que ele estava mamando…

Leite Nan, mamadeira ou chupeta não tinham feito parte do enxoval dele e nunca na minha vida pensei que teria que usá-los! Mas cheguei ao meu limite…

Meu sonho era entrar em trabalho de parto… ter um parto o mais natural possível… e amamentar exclusivamente até o sexto mês…

Mas depois de, no sétimo mês de gestação, ter que fazer uma cesárea de emergência e  “perder” os momentos mais desejados da minha vida, a vontade de amamentar o Gabriel ficou infinitamente maior! Para mim, era o resgate do vínculo que tinha perdido no momento do nascimento dele, já que quando foi tirado de dentro de mim não veio parar de chorar pertinho do meu rosto… não veio para o meu colo receber meu calor… não veio mamar no meio seio… não veio comigo para casa…

Meu emocional estava muito abalado! Eu chorava da dor física e da dor de ver meu bb desejar tanto ficar no meu seio e eu não agüentar e não poder deixar! Pra acalmá-lo comprei uma chupeta. E chorando dei pra ele…

Procurei ajuda nos bancos de leite, com enfermeiras, pediatras e uma fonoaudióloga. Mas não sei porque não consegui que me ajudassem! Até que não suportando mais as dores de rachaduras profundas, fissuras, bolhas e os mamilos sem a pele, comprei uma mamadeira e uma lata de Nan…foram 3 dias só de mamadeira, sem o peito pra que começasse o processo de cicatrização. Tive que fazer isso, senão teria desmamado Gabriel.

Foram 40 dias de mamadeira junto com o peito e o Nan, quando não conseguia ordenhar o suficiente pra uma mamada.

Mesmo dando mamadeira, conseguia pôr ele no peito quando não doía tanto…e as feridas foram sarando! Nunca deixei de pensar no meu objetivo: voltar a amamentação exclusiva!

Quando Gabriel estava com 3 meses e 17 dias voltamos à amamentação exclusiva! Nem acreditei! Meu mamilos só doíam um pouco durante a mamada, mas já não ficavam mais machucados! Eu tentava arrumar a pega do Biel o mais que podia, mas o danadinho não queria saber de abrir a boca!

Um mês e meio depois ainda continuava só no peito, mamando muito, graças a deus! A pediatra ainda prescreveu a introdução da alimentação aos 4 meseso quê? Depois de tanto sacrifício terminar assim a amamentação exclusiva? De jeito nenhum! Comecei com as frutas quando ele completou exatamente 5 meses, 1 semana antes de eu voltar a trabalhar!  Não tinha condições de estocar leite pra continuar o aleitamento exclusivo até o sexto mês, mas depois de tudo que passamos, me sinto realizada do jeito que tudo aconteceu!

Hoje Gabriel com 1 ano e 5 meses ainda mama no peito e só tenho a agradecer meu marido, minha família, que muito me incentivou, me apoiou nos momentos mais difíceis de decisões, de dores, de amor…

E as meninas da lista bestbaby, que participaram ativamente de todo o processo, e que apesar de estarem longe fisicamente, foram muito mais presentes, estiveram muito mais ao meu lado, desejaram com todas as forças que eu não desistisse de amamentar muito mais do que qualquer profissional que tive contato aqui em Campinas!

Vanessa Lopes, 34 anos, enfermeira, mãe feliz do Gabriel

Faltam apenas 2 dias…

julho 30, 2008 by

 

 

Em minha primeira gestação eu curti muito minha barriga e cada transformação pela qual meu corpo passou, e o que eu mais temia era não conseguir amamentar minha filha, por isso fui atrás de toda informação possível sobre amamentação.

Na época, eu tinha a assinatura da revista “Seu Filho e Você” e eles falavam da amamentação de forma bastante clara e davam várias dicas para a mãe conseguir amamentar mais prazerosamente. Sempre que chegava a revista eu procurava a parte de amamentação para ler.

Minha filha chegou em 18 de junho de 2002 às 18h15 através de uma cesárea, e teve que ficar no berçário 12 horas enquanto eu me recuperava da cirurgia.

Isso pra mim foi muito dificil, sofri muito por não estar com minha pequena no colo desde seu primeiro instante fora do meu ventre, tudo o que eu mais queria era colocá-la no meu seio para mamar.

Assim que chegou ao quarto, Sarah logo veio para meu peito e mamou muito!!!

Eu fiquei suuuuuper feliz, e aliviada, e chorei de emoção!

Logo na primeira semana em casa eu comecei a ficar com febre por causa de uma mastite horrivel que tive, e algumas pessoas próximas começaram a me dizer que a amamentação causava isso mesmo, que era difícil, que podia dar câncer no seio, que talvez fosse melhor dar mamadeira etc…

Eu mandei todo mundo “às favas” e passei a me trancar no quarto o dia inteiro deitada com minha filha a meu lado, e isso me ajudou muito.

Sim, eu chorei e sofri cada vez que minha filha pegava no peito e eu sentia aquela dor insuportável, mas nutrir minha pequena era a coisa mais importante pra mim naquele momento.

Eu NÃO usei pomadas e acho que foi melhor assim.

Deixei o peito ficar ferido e cicatrizar por si.

Na hora da mamada, eu colocava um pano quente no peito para o leite fluir melhor (tambem tirava com bombinha e usava o pano) e depois que ela esvaziava o peito, eu colocava gelo, porque sentia queimar, e o gelo aliviava bastante.

Depois da mastite veio a diminuição do leite, e eu tentava todas as receitas para aumentar o fluxo, porque minha filha chorava de hora em hora para mamar.

Comecei a ouvir a história do peito virar chupeta, dela ficar “mal-acostumada”, que tinha que dar água, tinha que dar chá e etc, mas não dei ouvidos.

Tentei coca-cola, chá de ervas, canjica, mingau, e mais um monte de coisas, mas senti que o leite só aumentou mesmo depois que eu relaxei e deixei rolar.

Mais uma vez precisei acreditar na minha escolha em primeiro lugar para que as coisas fluissem.

Passado 1 mês, a amamentação se estabeleceu e pude curtir com muito prazer cada momento com minha filha no peito, sempre na hora que ela quisesse, sem cobranças, sem horários, sem neuras…

O maior apoio de amamentação que recebi, foi a busca de informação correta, e que nesse caso foi dado pela revista “Seu Filho e Você”, e que hoje em dia é muito dificil na mídia.

E outro apoio fundamental, foi do meu esposo, que me trazia água a toda hora, que me dava colo nos momentos de desespero e dor, e que não se importava nem um pouco com a bagunça na casa e as coisas por fazer, e muitas vezes ficava com a bebê para eu descansar.

Hoje, depois de quatro filhos, superadas as dificuldades do começo, creio que na amamentação tudo se supera com quatro coisas básicas:

1- Relaxar

2- Beber muita água

3- Acreditar no poder da natureza

4- Ter um apoio verdadeiro a seu lado

 

Rosana Oshiro, casada com Cleber, mãe da Sarah, do Rafael, do Gabriel e Ana.

Faltam apenas 3 dias!

julho 29, 2008 by


Luíza, amamentando João Felipe aos 2 meses de idade

No dia 19 de janeiro de 2008 nasceu meu segundo filho João Felipe, um menino lindo e saudável. O meu parto foi cesariana por isso tive que esperar um pouco para amamentar, mas quando o coloquei para mamar ele sugou com vontade pois estava faminto. Até aqui, tudo bem.

Quatro meses após meu filho ter nascido eu precisei fazer uma cirurgia novamente, fiquei com medo de não poder amamentar mais.

Graças à Deus não foi necessário, meu filho pôde ficar comigo no hospital. Uma semana depois de ter feito a segunda cirurgia tive que voltar para o hospital de novo, pois me deu infecção, esse foi o período mais crítico pois tive que tomar muitos medicamentos, entre eles, três tipos de antibióticos muito fortes. Os médicos me pediram para não amamentar durante os dias que eu estivesse tomando esses medicamentos, mas eu não queria parar de amamentar, então eu contei com a ajuda da minha irmã que amamentou o meu filho e ele também tomou leite no copo. Passei muita dificuldade pois as minhas mamas ficaram cheias e doloridas me fazendo até chorar, eu precisei do auxílio de uma amiga que é enfermeira, Ana Maria Salomão, que prontamente me ajudou a retirar o leite pois sozinha eu não estava conseguindo, sentia muita dor. Mas eu não podia deixar o leite parado se eu quisesse amamentá-lo novamente. Ela me ensinou a técnica da ordenha e transmitiu a tranqüilidade e a calma que eu necessitava para retirar o leite. A medida que o leite era ordenhado um misto de alívio (pois a minha dor iria embora), angústia (por não poder usar este leite) e esperança de poder amamentar de novo vinha à tona.

Passaram 9 dias, eu terminei o tratamento, fiquei bem, apesar dos medicamentos fortes meu leite não secou e Graças ao bom e misericordioso Deus eu continuo amamentando.

Luíza, mãe do João Felipe e Sérgio Henrique

COMENTÁRIO DA MATRICE

Lembrem-se, a amamentação na primeira hora é um direito da dupla mãe-bebê, independente do tipo de parto!

Leia um pouco mais clique aqui.